O herói progressivo em destaque é um multi-instrumentista que passou por várias bandas – Eddie Jobson.

Jobson nasceu na cidade de Billingham, no centro-norte da Inglaterra, em 1955. Aos 7 anos ele começou a estudar violino no ano seguinte. Após pouco tempo de estudo, ele recebeu um prêmio da Academia Real de Música da Inglaterra, e com 12 anos já estava tocando em uma orquestra. Ou seja – um prodígio desde pequeno. Suas primeiras experiências com banda começaram em 1971, quando ele tinha 16 anos. Seu primeiro grupo se chamava Fat Grapple e, nessa mesma época, ele tentou sem sucesso uma bolsa de estudo na mesma Academia Real de Música que o premiou na infância.

O Fat Grapple não teve uma trajetória longa e nem tampouco deixou algum registro. Contudo, em uma abertura de show para o Curved Air em 1972, Eddie Jobson causou boa impressão na banda de Sonja Kristina. Com a saída do violinista e guitarrista Darryl Way do grupo, Jobson foi então chamado para substitui-lo. O Curved Air era um grupo de sucesso e renome na ocasião, mas que estava se desmontando. O line-up da banda foi todo reformado no fim de 1972 (apenas Sonja Kristina permaneceu) para a gravação de um novo álbum, e foi a oportunidade que Jobson precisava para subir de nível na carreira.    

Air Cut, o novo disco do Curved Air veio em 1973 e foi bem recebido pelo público e pela crítica. Contudo, a nova formação não durou muito e Sonja Kristina resolveu desmontar a banda logo após uma curta turnê européia. Durante o curto período no Curved Air, Jobson fez amizade com o vocalista do Roxy Music, Brian Ferry,. Dessa amizade, surgiu um convite para participar do primeiro álbum solo de Brian Ferry, o álbum These Foolish Things, e posteriormente a substituição de Brian Eno no Roxy Music. Com o Roxy Music, Eddie Jobson permaneceu de 1973 a 1976, gravando os álbum Stranded, Country Life, Siren e o disco ao vivo Viva!, momentos marcantes da trajetória da banda.

Em uma das noites da turnê do Roxy Music nos EUA em 1975, a atração principal era Frank Zappa e sua banda. Ali, Eddie Jobson conheceu Zappa e sua trupe. Após o fim da tour, Zappa e Jobson mantiveram contato e Jobson passou uns dias viajando com a banda de Zappa pelo Canadá. Nesses dias, os músicos trocaram figurinhas e fizeram bastante som juntos de forma descontraída em quartos de hotel e passagens de som e Jobson chegou a fazer pequenas participações nos shows dessa excursão.

Em 1976 o Roxy Music entrou em um hiato e Jobson estava com um convite do Procol Harum em mãos para se juntar ao time, mas também estava na mesa a possibilidade de voltar a estar com Frank Zappa. Essa última foi a opção escolhida. Embora Jobson apareça na capa de Zoot Alures, álbum que Frank Zappa lançou naquele ano, Jobson não participou de nenhuma de suas faixas. Isso porque o processo de gravação/lançamento dos álbuns de estúdio de Frank Zappa acontecia de forma não linear, ou seja – em um determinado ano, era lançado um álbum com uma formação diferente da que estava excursionando. Foi o que aconteceu em Zoot Alures e também com o disco ao vivo Zappa in New York, lançado apenas em 1978 retratando um show com a participação de Eddie Jobson em dezembro de 1976. Na época do lançamento do álbum ao vivo, Jobson já não mais trabalhava com Frank Zappa.

Depois da temporada com Frank Zappa, Jobson estava de volta à Inglaterra, onde se envolveu na formação do supergrupo U.K. em 1977, com John Wetton, Bill Bruford e Allan Holdsworth. Logo depois do lançamento do primeiro álbum em 1978, Bruford e Holdsworth pularam fora; Jobson tratou de recrutar seu colega na banda de Frank Zappa, Terry Bozzio, para o posto de baterista. No U.K. a plenitude do estilo de Eddie Jobson veio a tona, já que o trio era orientado para ter os dois instrumentos de Jobson como solista. Jobson foi um proeminente explorador dos sintetizadores polifônicos, que passaram a ser amplamente usados na década de 80, criando uma assinatura sonora bastante peculiar. Ele também utilizava sintetizadores monofônicos e órgão Hammond; a combinação de todos esses elementos nas músicas lhe colocava em uma posição que em nada remetia a outros keyboard-heroes pregressos.

A formação do U.K. como trio lançou outros dois álbuns bem sucedidos, mas o supergrupo se dissolveu logo no início de 1980, época em que Ian Anderson já flertava com Jobson para ser membro de seu projeto solo. Jobson então entrou na barca de Ian Anderson, mas a gravadora Chrysalis Records negociou com Anderson para que seu novo trabalho, batizado simplesmente como “A”, fosse um novo álbum do Jethro Tull. Assim foi feito. Eddie Jobson foi creditado como músico convidado no álbum e permaneceu com o novo Jethro Tull até 1981, fazendo participações esparsas com o grupo nos anos seguintes.

Em 1983, Eddie Jobson teve uma breve passagem pelo Yes, substituindo Tony Kaye. Contudo, Jobson basicamente só participou de ações de marketing, como fotos promocionais e o videoclipe de “Owner of a Lonely Heart”. Algumas semanas depois de ter entrado na banda, sem ainda nenhuma turnê ou gravação em estúdio agendada, Tony Kaye foi reconduzido ao Yes e Eddie Jobson foi convidado a permanecer como segundo tecladista. Ele dispensou o convite. Já o clipe de “Owner of a Lonely Heart” foi bastante editado antes do lançamento, para evitar que Jobson fosse reconhecido e isso causasse alguma controvérsia com Kaye e o público.

Nessa mesma época Jobson lançou seu primeiro disco solo, The Green Album, pela Capitol Records, mesclando músicas com banda com outras apenas com seus teclados. Em 1985, ele lançou um novo álbum solo, migrando para um estilo mais new-age, bem como trabalhando intensamente com trilhas sonoras para a TV nos anos seguintes.   Nos anos 2000, Jobson esteve envolvido com a criação de seu próprio selo, a Globe Music Media Arts e formou um novo grupo chamado UKZ, com Trey Gunn, Marco Minnemann, Alex Machacek, e Aaron Lippert, que lançou um único album em 2009. Nos anos seguintes, Jobson participou de uma série de reuniões do U.K. e de bandas para reler seu vasto catálogo musical, estando na ativa até hoje.


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