Por Erick Tedesco

O power trio de rock psicodélico <spam class=”notranslate”> Quarto Astral </spam>, de Pernambuco, lança o novo disco Sideral, dia 10 de julho, e o BeProg conversou com o guitarrista/vocalista Thiago Brandão e com o baixista Bruno Brandão para descobrir alguns dos meandros e histórias deste material. O álbum, sucessor do fenomenal e plural Fenda Uni-Verso, chega primeiro no streaming pelos selos Abraxas e Cambio Sonoro, e foi gravado em 2018, no estúdio Biscoito Fino, durante a última turnê da banda (também formada por Marcelo Rangel, na bateria) pelo Rio de Janeiro.

Sideral, chega às plataformas de streaming dia 10 de julho, mas está gravado desde 2018. Por que demorou para ser lançado?
Fala, equipe BeProg! É um grande prazer estar por aqui podendo falar um pouco sobre nosso projeto da Quarto Astral, acompanhamos o canal a longa data e ficamos muito felizes em estar por aqui novamente. Sobre o hiato da banda, depois de nossa última turnê em abril de 2018, na qual gravamos o disco Sideral com a Abraxas, chegamos a iniciar as mixagens, mas o baixista precisou se mudar pra outro estado passando uma temporada fora e o baterista Marcelo Rangel se ausentou do projeto, o que perdurou o segundo semestre de 2018 e 2019 inteiro. Agora, início de 2020, com o retorno de Bruno, a Quarto Astral retomou a finalização da produção do Sideral, e tudo o que vem amarrado a ela.

Quem acompanha a trajetória do Quarto Astral sabe que a banda é plural na sonoridade – traz elementos do jazz, rock progressivo, fusion e até um peso que flerta com o stoner. Tem tudo isso novamente em Sideral?
Temos nas nossas raízes esses elementos citados, não tem muito pra onde fugir, mas achamos que Sideral foi além desses conceitos, sendo o disco mais maduro, visceral e técnico que produzimos, estamos sempre em constante evolução. Mas ele está em plena sinergia com o fusion, o jazz, suas desconstruções e liberdade de criação.

É, aliás, o último disco que o Felipe Toscano, da Abraxas, co-produziu. Como a produção dele impactou no resultado final do disco?
Já estamos em uma parceria de bom tempo com a Abraxas e com o amigo Felipe Toscano, mas agora conseguimos realizar o grande feito de produzir um álbum junto à Abraxas. Felipe foi crucial pra gravação do Sideral, co-produzindo a turnê que viabilizou todo o projeto com a consequente gravação do disco no Estúdio Biscoito Fino. Ficamos alojados em sua casa durante o período da gravação, no Rio, que era próxima ao Estúdio. Fizemos vários brainstorms sobre o disco e abordagem de sua gravação. E durante o período em estúdio esteve presente em todos os momentos, fazendo toda a facilitação e Produção Executiva do álbum.

Foto: Suzana Dias

O que representa Sideral na trajetória do Quarto Astral?
Sideral, pra gente, é um passo à frente em todas as nossas produções. Foi um trabalho muito intenso pra banda em termos de produção musical, produção de turnê e gravação. Passamos um ano em pré-produção com três ensaios por semana, manhã e tarde geralmente, trabalhando nas composições e gravando as pré-produções em nosso estúdio, preparando a banda pra Turnê Interdimensional e gravação do Sideral. Foram 15 shows pela turnê que precederam à gravação, seguidos de dois dias imersivos no estúdio gravando as suas quatro faixas, e outros dois shows que finalizaram a turnê.

Sideral é mais um álbum conceitual da banda. Comente sobre a história. E como pensam cada elemento sonoro para cada momento do enredo criado?
Sideral retrata a reflexão sobre os rumos da sociedade diante da simbiose entre os seres humanos e a vida no Cosmo, em busca de um refúgio para toda essa loucura que mesmo sendo baseada a partir de uma ficção soa real aos dias atuais. Nas letras, contamos a trajetória dessa viagem em fuga do caos humano e as linhas melódicas dos instrumentos guiam o percurso rumo ao vácuo do espaço, momento em que o disco finaliza, se perdendo em meio à galáxia, com a faixa ))Sideral((.

Sideral tem uma relação direta com o disco Fenda Uni-Verso (2016), certo? Em questão da musicalidade deste novo registro, de que forma a psicodelia da banda dá um passo adiante?
Sideral segue o fluxo de raciocínio e temática do Fenda Uni-Verso, partindo de uma abordagem mais filosófica-reflexiva-expansiva do tema. De certa forma toda nossa discografia possui essa abordagem reflexiva sobre nossos comportamentos e suas consequências. De ano em ano vimos evoluindo naturalmente como músicos e indivíduos e Sideral é fruto desse movimento, um pouco mais ácido, mais fusion, mais jazz, mais livre e mais pesado.

O progressivo é um gênero que facilita para compor letras em português?
Acreditamos que compor em português seja sempre um grande desafio para qualquer gênero musical, é uma língua muito rica e com a gramática complexa, o que a torna difícil para compor e arranjar, ainda mais no gênero do Rock que tem a cultura enraizada na língua inglesa. Mas ainda assim intensificamos nossas composições em português para tornar mais acessível a mensagem que queremos passar com nossas músicas ao público.

Foto: Suzana Dias

Além do cuidado com o lançamento de Sideral, o que o Quarto Astral criou durante a quarentena?
Durante a Quarentena nos concentramos em finalizar todo o material do Sideral. Neste período concluímos a mixagem, masterização, artwork e produção do clipe oficial de uma faixa do álbum, o que tomou grande tempo nesse momento de reclusão.

Imagino que o lançamento de Sideral seria sucedido por alguma turnê, não? Por onde passariam, a curto prazo, para divulgá-lo?
Uma turnê é fundamental para divulgação de um material novo. A próxima turnê da Quarto Astral certamente passará pela região Sul do país, local onde cultivamos bons parceiros e um público muito atuante e presente em nossas tocadas. Queremos também que o Nordeste e Sudeste entre em nossa rota devido a vários shows já realizados nas regiões com sucesso!

O que indicaria de novo em termos de progressivo produzido na região Nordeste? E internacional, o que tem ouvido, entre novo e clássicos?
De som autoral contemporâneo feito aqui no Nordeste podemos citar bandas como Pedro Salvador, The Baggios, Anjo Gabriel, Júlio Samico e o Circo Voador.
Atualmente temos ouvido muito jazz clássico e moderno, fusion, rock progressivo, soulmusic e hip-hop, de artistas como Hugh Masekela, Ron Carter, Billy Cobham, Herbie Hancock, John Mclaughlin, Mahavishnu Orchestra, King Crimson, Gentle Giant, Miles Davis, Mark Guiliana, Snark Puppy, Kendrick Lamar, Tyler the Creator, Thundercat, Robert Glasper, Esperanza Spalding, Anderson Paak, Erykah Badu e segue a lista.

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